segunda-feira, 16 de abril de 2012

declaração #1

Peço perdão pela falta de vergonha na cara 
em tentar confessar sentimentos tão 'meus', 
mas o coração, também precisa conversar.



Lembro como se tivesse acontecido há apenas dois dias, não há quase 365. Estávamos passando por uma fase complicada; uma tal de insegurança que impedia qualquer aproximação. Permitia apenas trocas de sms com pequenas declarações subliminares, troca de olhares altamente envergonhados, abraços que não queriam terminar, e uma ansiedade (que pelo menos para mim) parecia querer matar.
As cenas da tão esperada noite me aparecem ainda muito nítidas. Todos muito felizes, muitos amigos, muito álcool, muita pizza. Já não conseguia sentar em outro lugar, que não, a seu lado. Já não conseguia disfarçar aquele carinho pulsante, mesmo assim, em certo momento, fugi.
Fizemos de conta que nada era nada, e seguimos noite adentro naquele sábado frio de um quase junho no alto da serra canoas. Músicas ao redor da fogueira, pessoas se espremendo em poucas cadeiras, e por volta das 05h, cobertas merecidamente distribuídas. "Vamos dividir?".
Deixamos a festa muito mais confiantes, decididos, felizes de morrer (e viver), e de lá, chegamos ao sofá com vista para o Banco Bradesco que depois daquela noite, abrigou tantas noites e dias e tardes de carinho.
Logo após o relógio da igreja indicar que as seis já haviam chegado, finalmente e felizmente, conheci teu beijo,
exatamente quando teu toca discos tocava All you need is love.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

preguiça,


Tô com preguiça da rotina.
Preguiça de gente chata falando coisa inútil em rede social.
Preguiça de gente malandra falando coisa inútil em telejornal.
Preguiça de menina egoísta que cansa todo mundo ao redor pra satisfazer desejos tolos de criança mimada.
Preguiça de pessoas vazias que só sabem falar mal de outrém pra tentar (pobres coitadas) se sentir um pouco melhor.
Tô com preguiça das mesmas músicas, dos mesmos canais na TV, do mesmo trânsito nas mesmas ruas. Preguiça das mesmas roupas no armário, das mesmas opções na geladeira, dos mesmos números na balança.
Preciso parar, resignar, aprender a confiar (em mim), a absorver, memorizar, descartar, relevar, revelar.
Preciso de um livro que na primeira página cause aquele êxtase de não querer parar. Preciso de um filme tristíssimo pra chorar, que toque na alma. De uma música pra dançar sozinha no chuveiro. De um emprego que me faça querer mudar o mundo. De um sonho mais fácil, palpável, diria.
Preciso de um dia com o dobro de horas, uma noite com o dobro de sono. 
Preciso de mais cultura, de mais aprendizado, mais conselhos, mais conversas produtivas.
Preciso de um porre só com as minhas amigas, e um dia inteiro só com a minha mãe.
Preciso de um beijo inocente e interminável que só começo de namoro pode dar e o sabor do balde de pipoca que só a sala de cinema pode oferecer. 
Preciso de mais abraços. Menos TPM.
Preciso de dinheiro - definitivamente, preciso de mais dinheiro - , de um carro, de um leitor de cartões.
Preciso de outro signo, quiçá outro ascendente. Mais conformado, menos exigente. 

dafasedomês:vomitandopensamentossobreumegoentediado