quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

live, and let die.

Tem uma coisa que todo mundo escuta desde pequeno; "a única certeza que a gente tem na vida é de que um dia a gente vai morrer". Creio que faz muito sentido. A vida é um desafio, para todos. Não importa onde você nasceu, em que cidade, em que família, em que classe social. Não importa quem são seus amigos, quais são seus sonhos, quais são seus medos. Viver é um desafio. Conviver é outro, muito grande por sinal. Conviver com os obstáculos, com as perdas, com as decepções, com a falta de dinheiro, com a falta de oportunidades, com a falta, de amor.
Mas apesar de tudo, um dia a gente aprende. Aprende que com jeitinho as coisas se resolvem. Aprende que a dor-e-ou-o-sofrimento podem ser passageiros. Aprende a manha da vida. E segue. Mas pra isso, tem que ser forte. Tem que apanhar muito na cabeça. Tem que buscar garra em algo maior, energia positiva, não se deixar sair do caminho mais claro. Mas a gente também sabe, que, sometimes life is so hard, e sometimes, a barra é difícil de segurar.
Tem gente, que não segura.
As vezes acho que a terra recebe alguns anjinhos que não aprenderam a lidar com a dureza que é esse nosso mundinho. Acho que esses anjinhos, que tinham uma missão pra ser cumprida, foram fracos sim, mas não é por isso que essa falta de força denomina-se fracasso. Talvez, desilusão. Grande desilusão.
Com o mal, com a falta de amor talvez, ou compreensão.




À todos estes,
que encontrem o caminho da luz,
e encontrem uma chance de recomeçar,
em paz.
E que nessa próxima viagem, descubra
a beleza que é viver.


"Me lembro de você, e de tanta gente que se foi, cedo demais."

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

'u like it?

Ultimamente eu tenho pensando em tantas coisas, coisas que me agradam, e muitas que não.
Não gosto desse meu jeito de ficar pensando em tudo, em todas as conseqüências, em benefícios, em resultados, não gosto nem um pouco dessa "pré-ocupação", muito menos da ansiedade.
Gosto muito de escrever o que sinto, e mais ainda quando sou bem sucedida.
Gostaria de aprender a dizer isso tudo, olho no olho.
Não gosto da covardia, não gosto do nó na garganta, das borboletas no estômago.
Não suporto mentiras, e muito menos de ter que fazer uso delas.
Gosto sim de sinceridade, mesmo que esta cause hematomas.
Nunca gostei de me sentir enganada, não gosto da falsidade e nem do fato de já ter (infelizmente) aprendido a conviver com ela.
Gosto dos meus amigos, gosto da minha família, do meu cachorro, mas também gosto (as vezes) da solidão.
Gosto da paixão, apesar de esta ser incompreensível. Gosto de dormir de conchinha, de abraço forte, de me sentir em paz, e suficientemente feliz, afinal, quando a felicidade é demais o santo desconfia.

Gosto muito de coca-cola e chocolate mas aprendi a apreciar a comida saudável.
Não gosto de ficar esperando, porque começo a roer as unhas ou coçar as pernas.
Não gosto de egocentrismo, apesar de gostar de escrever sobre mim. E é aí que me torno contraditória (mas ainda não encontrei algum problema em assim ser).
Gosto de música alta, de vento no rosto, de frio e calor humano, de chuva e do cheiro bom que ela tem. Gosto de Renato Russo, Rodrigo Amarante e todos os barbudos que me lembrem eles. Gosto de nem sempre combinar o que uso. Não gosto de correria, nem do meu cabelo, nem das minhas espinhas.
Gosto desse blogger quando não tenho com quem conversar, e falando nisso não gosto de quem só está presente quando tem algumas mil coisas ou problemas pra te contar, porém jamais está presente pra te escutar.
Gosta de sonhar.

Sonho em abraçar um chimpanzé, em escrever um roteiro para um filme maravilhoso, de ter uma música escrita para mim e em visitar a Europa.

Gosto mesmo de sonhar.

Gosto de ouvir, gosto de sorrir (espontaneamente, que fique bem claro).
Gosto de poder ser do jeito que gosto de ser,
mas adoro ainda mais a idéia de poder mudar sempre, afinal, não gosto de cotidiano, muito menos, de mesmices.


(quem perguntou, afinal? haha)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

it's the sun, it's the room, it's the sky


Tem coisas que mostram como a vida é realmente engraçada (tá bem, e complexa também). Tem dias tristes que te fazem refletir, tem a música que inspira e sempre carrega pra algum momento, bom ou não (geralmente bom), tem os sentimentos que são difíceis de entender, tem palavras que iluminam, e tem pessoas que aparecem e fazem tudo perder o sentido; sempre me perguntei se isso é bom ou ruim. Tem também muita coisa que acontece e faz com que o mundo vire de ponta cabeça e te pegue desprevenido sem saber o que fazer em uma segunda-feira de manha com um copo de café na mão e centenas de coisas acontecendo a teu redor em movimento devagar (pronto, divaguei). Perdida, eu diria. Bom, ás vezes é bom se perder um pouco...
As vezes, algumas situações me fazem escrever coisas que não fazem sentido pra absolutamente ninguém, só pra mim. Mas vez-em-quando é bom escrever/devanear, mesmo que estas linhas fiquem eternamente perdidas no cyberspaço sem que ninguém nunca as leia.
Olha, as vezes também acho que minha passagem por essa terrinha também é assim, tem coisas por aqui que não me fazem sentindo algum, e tem as coisas da minha cabeça que não fazem sentido para ninguém. Que paradoxo.
Tem vezes também que penso que nada do eu faço faz sentindo, para ninguém, muito menos à mim mesma.
Quero falar, mas calo.
Quero calar, mas falo.
Quero pensar, mas afasto.
É bom, mas não posso.
É ruim, mas está a disposição.
Muito complicado essa coisa de tomar decisões. Seria mais fácil ter uma opção do que fazer e pronto.
Acho que o maior problema nesse história toda é o mesmo que o de qualquer mulherzinha como eu. Amor assusta sim, não ele em si, mas toda a situação que ele traz consigo. E todas as diferenças entre as pessoas em um relacionamento, e toda a insegurança de e agora, o que vem pela frente? E também toda aquela coisa de, poxa, porque você não entende, e porque não pode ser assim, como eu sinto, e o que a gente sente prevalece, sem nenhuma interferência externa?
No final das contas, tem coisas que a gente não nasce pra entender, e tem coisas que a gente tem que quebrar a cara pra aprender, e tem coisas que só arriscando pra saber. Ui!
(ponto final)


Deixo a trilha, que não pára de tocar por aqui;

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

dele,

"Está tudo planejado:
se amanhã o dia for cinzento,
se houver chuva
se houver vento,
ou se eu estiver cansado
dessa antiga melancolia
cinza fria
sobre as coisas
conhecidas pela casa
a mesa posta
e gasta;
está tudo planejado
apago as luzes, no escuro
e abro o gás
de-fi-ni-ti-va-men-te
ou então
visto minhas calças vermelhas
e procuro uma festa
onde possa dançar rock
até cair"

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

time of my life;

Essa semana morreu um dos caras que esteve ativamente presente na minha infância e início da adolescência. Patrick Swaize foi um dos homens que mais assisti na minha vida, atuando em Dirty Dancing (eu tinha a fita - aliás, ainda tenho - e assistia esse filme quase toda semana). Hoje resolvi assistir a cena final desse filme, aquela que sempre me causava grande euforia, e comecei a pensar no porque, de este filme me atrair tanto.
Fácil, é como na vida.
Existe a burguesia, existem as regras a serem cumpridas, existem os pais super protetores, e existe a vontade de se disvincular de tudo isso, se aventurar, correr alguns riscos às vezes.
Aí aparece alguém que te remete a tudo isso, aparece algo que te oferece um mundo de opções. Aparecem as dúvidas existenciais, a repressão. Você se joga e surgem os problemas, os conflitos, as barreiras, mas do seu lado está sempre aquele cara (lindo, diga-se de passagem) que te oferece tudo que você espera.
No final de muita confusão, situações engraçadas, decepções (como imita a vida real) você, em um lindo final feliz, simplesmente... dança.


Assim eu também quero!
Descance em paz querido.



Assiste aqui :)

domingo, 30 de agosto de 2009

12:35

Deixa o amanhã, e a gente sorri.
E ao coração que teima em bater,
avisa que é de se entregar
o viver.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

verbo: de.va.ne.ar

[Chuva]
Tem dias que ela é triste, tem dias que é delícia. Hoje, é pensar. Já repararam que é no meio de tempestades (não literais, mas da vida) que surgem as maiores inspirações para escrever e expressar sentimentos.
Não aprendi a escrever bonito, nunca aprendi a falar muito bem de coisas que não sejam relacionadas ao que sinto, gosto de falar de mim, e isso muito me incomoda por soar muito egoísta.
Ultimamente ando reparando muito em atitudes, de outros, do tempo, do destino, do cosmos quem sabe.
Do primeiro, às vezes me chateia a falta de consciência, falta de respeito, e me questiono diariamente sobre eles. Será que algum dia entenderei os sentimentos alheios, quiçá, entender os meus.
Do segundo, sempre me faltou. Mas sabe, que ando desejando o tempo de formas diferentes nos últimos momentos. Pará-lo já não tem sido mais solução, só em casos muitos especiais (que me faltam na lembrança agora). Corre de vez, pra que tudo se resolva simplesmente.
E do terceiro, de ti destino tenho pouco a dizer. Tem sido grande amigo e demonstrado muitos artifícios para acreditar em ti.
De resto, não me prolongo. Escuto a chuva e deixo meus pensamentos com ela, livres, para escorrerem para o lugar que lhes convém, afinal agora é o que quero, que me saiam daqui, seja com a chuva, seja com o que for.


[música para dias de chuva: smashing pumpkings - stumbleine]

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Hoje percebi há quanto tempo não apareço por aqui...
tempo tempo tempo, que passa mais rápido do que deveria, que me escorre pelas mãos, que foge de mim brincalhão.
Como hoje também, ele me falta, deixo aqui algumas palavras.

Felicitá

Se todos os astros do mundo num certo momento caíssem no chão
toda uma série de estrelas, de poeira descarregada dos céus
mas os céus sem os teus olhos já não brilharão.
Se todos os homens do mundo levantassem a cabeça e saíssem voando, sem explicação
sem a sua bagunça, seu doloroso barulho não pulsaria a terra, pobre coração.
Me falta sempre um elástico pra segurar as calças de modo que
as calças no momento mais belo me caem no chão.
Como um sonho acabado, talvez um sonho importante um amigo traído,
eu também já fui traído, mas isso é outra canção.
No escuro do céu, cabeças brancas peladas as nossas palavras se movem cansadas,
balbuciamos em vão Mas eu tenho gana de falar, de ficar escutando.
Fazer papel de bobo, seguir fazendo tudo o que me der na telha, ou não
Ah! felicidade Em que vagão de trem noturno viajarás?
Eu sei que passarás
Mas como estás com pressa não paras jamais
Seria o caso de nadar, sem esquentar a cabeça deixar-se levar pra dentro de dois olhos grandes azuis ou não
E no afã de libertá-los atravessar um mar medieval, enfrentar um dragão estrábico
mas dragões, oh, baby, já não existirão
Talvez por isso os sonhos são assim pálidos, brancos e exaustos se rebatem a
través das antenas de televisão e voltam pra nossas casas
trazidos por senhores elegantes latrinas falantes, todo mundo aplaudindo,
não querendo mais não
Porém se este mundo é mera cartolina então pra sermos felizes,
bastaria um nada; bastaria um fio de música, quiçá
Ou não seria o caso de tentar fechar os olhos?

Chico Buarque

sexta-feira, 3 de julho de 2009

-aquela coisa...

Mas meu coração tá feliz, e meu lado mulherzinha acordou suspirando mais que o normal. Ao abrir meus olhos vi um um sorriso preguiçoso para mim. E já basta.
Já basta pra dar aquela alegria de acordar junto, aquela alegria de abraço comprido e sincero, aquela alegria de borboleta no estômago, aquela alegria que às vezes dói um pouquinho de tão grande...
Aquela coisa boa de pé encostando em baixo da coberta, coisa boa de rir horrores por coisas pequenas, aquela coisa boa de paixão mesmo, que te controla e ás vezes domina e ás vezes consome e ás vezes não acaba nunca.
Aquela delícia de vinho e frio, aquela delícia de barba na nuca, delícia de muito cobertor enrolado, aquela delícia de beijo demorado.
Aquela coisa que te viciou sem perceber, aquela dose diária de sustento, aquilo que não sacia e te faz querer mais e mais e mais e mais e mais...

terça-feira, 30 de junho de 2009

- simple life

Uma "discussão" na noite de ontem aguçou minha vontade de escrever alguns devaneios por aqui; a frase "eu tenho uma BMW" fez com que minha pessoa parasse e refletisse.
Primeiramente POR QUÊ? Por quê o status é tão importante para essa nossa sociedadezinha? Por quê impuseram em nossas cabeças que tendo um carrão, uma casa com piscina e que alguns mil(hões) nos fariam felizes?
Quando é que o consceito de SER prevalecerá sobre o de TER?
" eu tenho um Porche... eu tenho uma mansão em Nova York....eu tenho uma bolsa nova Vitor Hugo... eu tenho 37 pares de sapato Prada..."
EU! EU! EU!
O que mais você tem? Você tem paz na sua vida? Tem alguém que espere por você com um sorriso no rosto após um dia exaustivo? Tem amor no coração? Sente alegria verdadeira em ser aquilo que é?
Será que nossa terrinha conseguirá se desligar do meterial e do seu enorme ego, e finalemente dar valor às coisas que realmente valem à pena?
Eu espero que sim...
Sem hipocrisia agora; dinheiro é muito bom e eu também quero! Mas o sufiente para ter uma vida tranquila e em paz...
Que não façamos disto - o ter coisas - a razão da nossa existência, e que aprendamos a buscar um sentido real para nossas vidas.

"Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais.
Onde eu possa encontrar meu amigos,
meus discos e livros
e nada mais..."

terça-feira, 2 de junho de 2009

Insomnia

Insônia: condição caracterizada por dificuldade em pegar no sono, continuar dormindo ou acordar muito cedo pela madrugada. Pessoas com insônia podem apresentar cansaço e sonolência durante o dia, assim como dificuldade de atenção e concentração na escola e no trabalho. A insônia pode afetar pessoas de todas as idade.

Diário de uma insône: São aproximadamente uma da manha. Deito na cama fofinha e quentinha com pensamento positivo: "tenho certeza que vou conseguir dormir agora". Passam-se alguns (muitos) minutos. Rola para cá, para lá, ajeita a coberta, as vezes dá frio, as vezes calor. Abro os olhos, vejo a tv, fecho os olhos e tento novamente. Acho que consegui. E foi rápido, só uns 40 minutos depois de deitar.

- Acordei. Merda! Como é que eu fui acordar? Olho no relógio. São apenas três e meia da manhã. Filha de uma &*#@! Meu corpo dizia que já tinha descançado o suficiente, mas não. Eu preciso dormir mais. Preciso estar linda, leve e disposta às sete e meia.

- Levanto, dou uns beijinhos no namorado que por sinal também está alerta em frente ao computador em um jogo que por mais que eu tente não entendo nunca. Vou ao banheiro, lavo o rosto, faço xixi, dou umas voltinhas, volto pra cama. Agora eu vou dormir! Rola pra cá, rola pra lá, tira coberta, liga o aquecedor ageita o travesseiro. Olho pela janela e vejo na torre da Catedral; 04:35 da manhã... Car$%@#o! Assim não dá.

- Vou até a cozinha. Preparamos um chá de erva doce e bálsamo branco. "Ah, se eu não me acalmar agora não acalmo nunca mais." Volto pra cama, bebo naquela caneca imensa cerca de um litro de chá. Fico quentinha, o olho vai pesando e eu vou escorregando pela cama. "É agora!". Começa um filme na tv e o Tom Cruise deleta o efeito do chá no organismo. O filme é Jerry Maguire e o romance pastelão faz o coração disparar. E o sono, ir pro espaço...

- Meu jesus negão. Vou virar a noite acordada. Já são cinco e quinze. "more, vem deitar comigo..." Um aconchego sempre é bom para aquietar o coração. E lá vem ele, o namorado e o descanço. Quando estou quase pegando no sono ele fala comigo. Tudo bem, respondi. (Lá vou eu de novo) Quando começo a sonhar, outra brincadeirinha... Aiaiai, tudo bem tudo bem... Já são umas 6 e dez da manhã. Antes de fechar pela última vez os olhos, olho pela janela e o dia está clareando. Mas ele chegou, antes tarde do que nunca! O sono finalmente me derrubou.

- SUSTO! Sete e meia da manhã! O desgraçado do meu galo começa a cantar. Acordamos em um pulo. QUE DROGA, parece que dormi só cinco minutos. Mas não, já é hora de ir trabalhar. E lá fui eu... Cansada, e com sono...

terça-feira, 26 de maio de 2009

Eu quero!

Eu quero, eu quero, eu quero e pronto! Eu tenho "querido" tanta coisa ultimamente que tenho percebido esse lado mimado da vida, de ficar querendo um zilhão de coisas. Parece que são tão difíceis de alcançar. E olha que esses meus desejos não são palpáveis (quer dizer, as vezes sim), não são materiais, não se compram no Imperatriz e nem em nenhum comércio desta localidade.
Eu quero sossego minha gente. Eu quero um final de semana inteiro com o celular desligado, quero dormir e acordar de conchinha nessa cabana. Quero erguer a cabeça e ver um marzão azul olhando pra mim. Eu quero friozinho gostoso pra tomar vinho na janela. Eu quero cafuné pra esquecer que tenho trezentas reportagens para fazer no trabalho e na faculdade. Eu quero risadas entre amigos pra esquecer do livro gigante que me espera. Eu quero compreensão. Quero que as pessoas me olhem e leiam o que diz este olhar. Quero andar devagar pela rua, sem pensar que em cinco minutos estarei atrasada. Quero minha carteira de motorista e um carro numa highway tocando todas as minhas músicas favoritas. Quero ir dormir as quatro da manhã e acordar as duas da tarde. Quero almoçar miojo e x-salada, sem me preocupar com os quilos a mais. Quero tomar cerveja com os amigos sem me preocupar com o horário de amanhã ou a possível ressaca. Eu quero festa boa todo dia, e namorado todo dia, e alegria todo dia. Eu quero realizar o meu atual sonho e quero que as pessoas apreciem ele também...
Eu quero...
Quero que querer seja poder, e assim seja, Em nome do pai, do filho, do espírito santo, AMÉM.


(Depois de 685 dias sem aparecer... voltei! Queria ter mais tempo para isso aqui),

segunda-feira, 11 de maio de 2009

- para a vazia tarde fria

"Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que tristeza.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor.
Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a platéia e a outra metade, a canção.
E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também."



[Oswaldo Montenegro - Metade]

quarta-feira, 29 de abril de 2009

chuta que é macumba,

O tempo correu a manhã inteira mas pra mim parece estar estagnado desde o momento em que acordei, ou melhor, desde o momento em que não durmi na noite passada.
Eu sinto um cansaço grande, que dói as costas e aperta a garganta.
Eu sento, eu levanto, eu ando e ando e ando, mas nada supri a necessidade que tem aqui dentro, e que nem eu mesma sei o que é.
Não importa se tem sol, se tem chuva, por mim podia nevar hoje,
aí então eu veria algo diferente que poderia despertar algum sentimento de felicidade em ver algo novo.
Mas eu gosto mesmo é do velho, do que eu já conheço, do que já me fascinou e que eu sei que vai fazer bem.
Eu sinto uma saudade que não acaba nunca, e não cessa por mais que eu tente.
Eu sinto um amor que não consigo dosar a saída.
Eu sinto uma inexplicável alegria em viver, em querer, em desejar e ter tudo aquilo que me deixa assim.
Mas hoje, a alegria cabe dentro de uma caixinha de fósforos.
Rezarei pro Santo Antonio, pra ver se ele manda o namorado pra me acalmar o coração.
Ou se não, posso rezar pro Santo Agostinho, pra mandar os amigos e dar uma animada.
Quem sabe eu olhe pra lua e reze para o São Jorge. Talvez ele atenda as preces da filha de uma corinthiana, e faça a moça perder a vazio no olhar.
Pelo menos hoje...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

- credo

Estou me sentindo travada. Falta inspiração para escrever aqui.
Falta algo triste, ou muito feliz, ou muito estranho acontecer.
Talvez seja o frio, que chegou e já está congelando a cabeça.
Talvez...
Não sei...
Antigamente quando isso acontecia eu me revoltava, e numa louca
crise de identidade apagava tudo que havia escrito.
Mas hoje não, hoje deixo o texto de uma das feras brasileiras pra vocês:


Sou cheia de manias. Tenho carências insolúveis. Sou teimosa. Hipocondríaca. Raivosa, quando sinto-me atacada. Não como cebola. Só ando no banco da frente dos carros. Mas não imponho a minha pessoa a ninguém. Não imploro afeto. Não sou indiscreta nas minhas relações. Tenho poucos amigos, porque acho mais inteligente ser seletivo a respeito daqueles que você escolhe para contar os seus segredos. Então, se sou chata, não incomodo ninguém que não queira ser incomodado. Chateio só aqueles que não me acham uma chata, por isso me querem ao seu lado. Acho sim, que, às vezes, dou trabalho.
Mas é como ter um Rolls Royce: se você não quiser ter que pagar o preço da manutenção, mude para um Passat. "


a-d-o-r-o!
por Fernanda Young

beijo-meliga

quinta-feira, 9 de abril de 2009

- something cool

Há 46 anos um gene idealista e determinado a mudar o mundo habita o planeta em que vivemos.
Vestindo Che Guevara estampado no peito, jeans rasgado e all star verde musgo, caminha sempre apressadamente pelas ruas de Florianópolis
Os cabelos grisalhos e finos balançam ao vento vindo da beira-mar, e os óculos Ray-ban modelo aviador escondem os olhos cansados da noite mal dormida. As rugas já acentuadas no canto dos olhos contam histórias de guerra, de amor, histórias de superação e aveturas que parecem cenas de filme alemão durante a queda do muro de Berlim. O coração não cabe dentro de si. Ás vezes solitário, ás vezes confuso, e muitas vezes com amor até demais para dar. O corpo não é de todo tamanho, mas é um corpo jovial, que fecha perfeitamente com a cabeça, e que juntos formam uma máquina; é um corpo que protesta. É uma boca que grita pelos direitos das pessoas. São braços que se erguem e sustentam bandeiras. São mãos que já carregaram injustamente algemas. São dedos que seguram charutos a "la Fidel Castro" vez-em-quando. E são dentes que constroem um sorriso fácil. Sorriso esse que desde pequeno, quando ainda menino do Sr. Rogério e Dona Bernardina emana alegria. Um sorriso que hoje, apesar de amarelado por causa dos cigarros, o faz querer fazer algo também, para quem sabe um dia, mudar este mundinho capitalista (como diria ele).
Lá vai aquele homenzinho cheio de coisas pra contar; cheio de conhecimento pra espalhar. Lá vai ele no Scort baleado pela Av. Beira-mar, com seu chapéu de gafieira, e o som do Jimmy Hendrix tocando ao fundo; contraditório e apaixonante.
É ele... o garanhão da Ilha.
Lá vai Sr. Odair Rogério da Silva...
Lá vai, meu pai.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

I'm getting cold

Hoje o dia amanhaceu bem mais friozinho. Neblinha, ventinho, e aquela sensação de que o inverno tá chegando.
Não que eu odeie de morte o verão, mas convenhamos, o inverno é bem mais charmoso, e é no frio da estação que as melhores coisas acontecem.
Tem o vinho, durante o dia, tem o vinho durante a noite, e tem o vinho de madrugada, para esquentar o corpo e o coração.
Tem o filme enrolado em muitas cobertas, cheias de pipoca que cairam da bacia. Chocolate-quente que queima a língua. E tem o namorado esquentando você numa conchinha que não dá vontade de sair.
Tem os dias de muuuuito sol, e muita roupa. Aqueles dias que a gente saí do escritório e vai pra rua "lagartear" e pegar sol na cara.
Tem os meus amados cachecóis, que enfeitam tudo e mais um pouco.
Tem pinhão e tem festa junina. A-D-O-R-O o clima de festa junina, e principalmente a comilança.
Paçoca, cocada, maça-do-amor, quentão entre outros.
Esse frio todo é uma delícia, e vale tudo para conseguir se esquentar,
desde as cobertas inacabáveis até abraço, muito abraço, muito abraço!
Pode vir inverno! Te aguardo de braços e armários abertos.

domingo, 29 de março de 2009

- Digno de Aplauso

No meio de uma tarde terrívelmente quente, e recheada de borrachudos vindos do gramado, assisti o filme Romance, de Guel Arrares, que tornou meu domingo mais bonito.
Há muito tempo eu não assistia um filme que me tocava dessa forma. O roteiro é super bem escrito, a trilha sonora é fantástica e a fotografia... bem, nem se fala.
O filme é temperado com diálogos misturados com teatro e frases intrigrantes, que marcam mesmo. Coisas do tipo "as pessoas por quem nos apaixonamos, sempre são um invenção" ou "Eu sou expectadora da representação do meu próprio sentimento ...".
Sem contar o elenco que foi muito bem escolhido. Wagner Moura tem se mostrado um grande ator, que inclusive, faz a gente sofrer com a dor dele no decorrer do filme. Taaadiiiinhooo!
Apoiando o cinema brasileiro, eu indico Romance.






Aqui a trilha linda de morrer de Caetano Veloso, com algumas imagens do Filme: http://www.youtube.com/watch?v=0D-x4bJiEY0

sexta-feira, 27 de março de 2009

- Sentimental

Sabe que sempre ouvi falar naquela coisa de "alma de artista".
Acho que a minha veio nesse formato. Alma que ama, e sofre,
ai como sofre por amor. Mas é sofrimento por qualquer coisa,
é coisa do tipo, o mundo desaba e muita tempestade em copo d'água.
É muita nostalgia pra um corpo só, e é muita saudade, mas muita
saudade mesmo pra um só coração!
Aaaaiiii caramba, como eu sou piegas! Será que esse mal tem cura?!
Não sei amar pouco, não sei sentir pela metade, não sei lidar com
a distância, não sei como não me apaixonar por aquilo que me faz bem,
é como pedir café pequeno, é como tomar banho de dois minutos..
não tem como, ou melhor, não sei como.
Meu coração tem asas e quer voar, mas precisa de compania.




E tem outra "eu só aceito a condição de ter você só pra mim"

terça-feira, 24 de março de 2009

- Muito amor

Para os grandes, eu penso. E viro a cabeça pra pensar em outra coisa. É mais feliz gostar, amar é pra quem pode. Mas você ou a vida ou sei lá. Insiste. E então chega enorme. E só me resta rir que nem quando vejo um bebê muito pequeno e lindo. Você ri. Vai fazer o quê? É o milagre maravilhoso da vida e eu ficando brega e cheia de medo e cheia de vontade de te contar tantas coisas e nem sei se você gosta de ouvir meus atropelos. Muito amor. E então fico querendo não trair a beleza. Com você sinto a fidelidade de ser tranquila. Um pacto de paz com o mundo. Pra não me afastar de você quando estou longe. E é impossível então que os martelos do apartamento de cima sejam realmente martelos. E é impossível que as chatices do dia sejam realmente sem solução. E os outros caras, aviso, olha, é amor. É amor. Ainda que eu quisesse, não consigo mais nem um centímetro pra você. Desculpa. O amor é terrivelmente fiel. Porque ele ocupa coisas nossas que nem existem nos sentidos conhecidos. É como tomar água morna depois de ter engolido um filtro inteiro de água geladinha. Ninguém nem pensa nisso. Muito amor. De um jeito que era mesmo o que eu achava que existia. E é orgânico dentro da gente ainda que vendo de fora não pareça caber. O corpo dá um jeito. Minha casca reclama mas incha. Tudo faz drama dentro de mim, ainda que nada seja realmente de surpresa. Sentir isso era o casaco de frio que sempre carreguei no carro. Cansado, abandonado, amassado, sujo, velho. Mas, de repente, tudo isso desistente tem serventia e a vida te abraça. O guarda-chuva do porta-malas. A bolsa falsa do assalto que minha mãe mandava eu ter embaixo do banco do passageiro. Sentir isso são os trocos que você guarda pra emergência. Amar grande é gastar reservas e ainda assim ter coragem pra dar o que não se tem. Amar grande é ter vertigem no chão mas sentir um chamado pra voar. Amar grande é essa fome enjoada ou esse enjôo faminto. É o soco do bem na barriga. É mostrar os dentes pra se defender mas acaba em sorriso. É o sal que carrego no fundo falso da bolsa pra quando eu não aguentar a vida. É o açúcar que carrego junto. É tudo que pode sair do controle. É meu corpo caindo. E as almofadas de várias cores pra me dizer que pode dar certo. É o desespero aconchegante.

[de Tati Bernadi]

segunda-feira, 23 de março de 2009

tic-tac

Estou no meio de uma aula de editoração com o braço e os olhos latejando,
de tantas horas que já disperdicei na frente do computador hoje.
Que medo de contrair LER. Aposto que você já ouviu falar nisso;
Lesão por esforço repetitivo. Isso me lembra rotina. Aliás, me lembra muito!
Fico realmente lesada às vezes com a rotina. Todo santo dia a mesma coisa.
Quer dizer, as coisas não são as mesmas, mas o formato sim.
Na última aula de editoração aprendemos a fazer monstagens, e quando vi,
eu tinha criado uma imagem minha na frente do Louvre!
Ai jesuisinho, quem me dera. Eu quero fugir um poooooouquinhoooo!!!
E olha que nem precisa ser pro louvre não.
O porque de tudo isso. Li no fotolog de uma amiga hoje:
"Oh céus, oh vida. Preciso dar um tempinho..."
Não preciso nem dizer que a identificação foi cem.por.cento!
Pra piorar a saudade bate no peito e sinto que o que pode dar
um jeito na situation é deitar naquele ombrinho que sabe me confortar.
Mas aí vem toda aquela coisa da espera de novo.
O ombrinho tá longe, looonge,
E parece que quanto mais a gente espera, mais demora.
Jesus... me chicoteia!

quarta-feira, 18 de março de 2009

- cinza

“Então eu te disse que o que me doíam essas esperas, esses chamados que não vinham e quando vinham sempre e nunca traziam nem a palavra e às vezes nem a pessoa exatas. E que eu me recriminava por estar sempre esperando que nada fosse como eu esperava, ainda que soubesse.”

O meu maior defeito talvez seja esse. Esperar por coisas que eu sei que não chegam nunca.
E toda vez quebrar a cara. E toda vez ficar mal-humorada. E toda vez ficar assim,
me prometendo que não irei mais esperar pela tal ligação, não vou mais esperar a boa
notícia, não mais esperar que a noite chegue agradabilíssima, porque eu sei que não vai.
Mas no fundo, no fundinho; eu sei que o meu coração vai esperar,
que o pobre coitado é bobo, é inocente e me faz sentir assim, mulherzinha.
que não cansa de se enganar, ainda que soubesse!

segunda-feira, 16 de março de 2009

- Agora na versão 2.0

Engraçado é o modo como a vida da gente segue rumos que jamais passaram pela nossa cabeça. Engraçado o tempo que teima em voar e vez-em-quando prega peças e surpresas do tipo: “tchan tchan tchan tchan – hoje você está fazendo vinte aninhos?”
- Como assim, eu não tinha feito desessete anteontem?!
Pobre de mim, cá estou me sentindo desesperada por ter atravessado meu segundo século de vida sem saber ao certo o que vou fazer dela, o que vai ser do meu futuro e aflita por pensar que é só viver mais o mesmo tanto que já vivi até agora e já estarei nos 40 (s-o-c-o-r-r-o!).
Mas como tudo tem seu lado bom, o legal disso tudo é a quantidade de coisas boas que tenho pra contar, a infinidade de lembranças maravilhosas, os amores, as quedas que me fizeram levantar, as brigas que me fizeram crescer, todos os expectativas furadas, todas as conquistas, todas as espinhas, as grandes desilusões, tudo que serviu pra formar esse Abigail de hoje que consegue contar a idade juntando os dez dedinhos da mão + os dez dedinhos do pé.
A coisa toda é como já disse Nando Reis em certa canção “é bom olhar pra trás e admirar a vida que soubemos fazer.. É bom olhar pra frente, é bom e nunca é igual , olhar, beijar e ouvir, cantar um novo dia nascendo, é bom e é tão diferente...”
É tão diferente. Diferente do que era há 3 anos atrás, há 9, há 15. E que terrível seria se fosse tudo sempre tão igual. Bom é mudar, inovar, quebrar a cara de vez em quando e de vez em quando se dar bem.
Que bom é ter vintão, e que bom seria se continuasse nos vinte pra sempre.. mas como sabemos que não é assim, que venham os quarenta!



Agora, em 2.0

domingo, 15 de março de 2009

- para recomeçar.

E hoje não. Que não me doa hoje o existir dos outros,
que não me doa hoje pensar nessa coisa puída de todos os dias,
que não me comovam os olhos alheios e a infinita pobreza dos gestos
com que cada um tenta salvar o outro deste barco furado.
Que eu mergulhe no roxo deste vazio de amor de hoje
e sempre e suporte o sol das cinco horas posteriores,
e posteriores, e posteriores ainda.

[De Caio Fernando Abreu, 1973]